A coerência é uma bolha de sabão em dia de vento forte...
Até onde e quando vale a pena ser coerente? Essa foi a pergunta que fiz a mim mesmo nos últimos dias a propósito de um balanço das minhas crenças. O resultado me assustou. Há pouquíssimas coisas em que eu acreditava aos 26 anos nas quais continuo a acreditar agora, uma década depois. Em alguns casos, passei a defender o oposto daquilo que defendia antes. Curioso é que não me sinto mal com essa incoerência. Julgo que todas as vezes em que substituí uma idéia por seu contrário tive motivos suficientemente fortes para fazê-lo. Mais do que isso: estou convencido de que, na maioria das vezes, ser rigorosamente coerente a uma idéia enquanto o mundo gira e se modifica em torno dela é desastroso para a minha capacidade de me adaptar à realidade. Até porque a realidade, esse conceito vago e impreciso, nunca passou de uma leitura sempre temporária e parcial dos fatos, que varia conforme o lugar e o tempo de quem a faz. Nesse mundo de certezas que se desmancham e de apelo constante à transformação, a coerência excessiva é, quando muito, uma bolha de sabão num dia de vento.
Prof.Márcio Almeida
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